
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu declarou apoio à divisão do estado de Israel em dois territórios independentes, para judeus e palestinos. A declaração mostra o esgotamento das tentativas ineficazes de paz, feitas por governos anteriores, que não resultaram em nada, além de mais descontentamento e violência de ambas as partes. “Os dois lados não aguentam mais. Queremos uma paz que encerre o conflito de uma vez por todas. Eu não apoio uma solução de um estado conjunto para ambos. Esta não será a solução”, declarou o premier durante a visita de uma representante da União Europeia a Jerusalém. “Eu apoio a visão de dois estados para dois povos”, concluiu.
A declaração revela acima de tudo, a incapacidade dos governos israelense e palestino em resolver o problema de ocupação territorial, que instalou-se na região, desde a criação do estado de Israel em 1948. Este posicionamento mostra também o esgotamento da comunidade internacional sobre o assunto. Há décadas, que, tanto Europa quanto os Estados Unidos tentam influenciar os dois lados com ajuda diplomática e financeira para solucionar o conflito. Até mesmo o Brasil, ao dar pitacos sobre o conflito, foi chamado de nanico diplomático por um ministro israelense, que por certo acha que seu estado judeu é um gigante no quesito.
Mas o ponto, aqui nesta análise, é o direcionamento que o assunto está tomando. Os territórios palestinos já estão ilhados. Gigantescos muros de 12 metros, feitos de concreto e ferro, mantêm as duas etnias fisicamente separadas. Cidades como Belém, Ramala e Nablus parecem medievais, muradas e vigiadas, agora não mais por cavaleiros e sim, por potentes satélites e armas guiadas a laser. Portões de ferro permitem o acesso restrito, mas podem ser fechados a qualquer momento, deixando os dois lados incomunicáveis. Qualquer trânsito entre as diversas cidades e territórios palestinos exige muita paciência e só é possível com um rígido credenciamento de pessoas e automóveis.
A paz tropeça ainda, quando se pensa em desenvolvimento humano. O estado de Israel fracassou em promover e facilitar o crescimento da estrutura social desses territórios, já que mantém o poderio econômico e de segurança. O desemprego, ausência de investimento e de perspectiva faz da população palestina uma bomba sempre pronta a explodir. Por outro lado, a corrupção dentro dos muros é alta. As facções políticas, Hamas e Fatah, brigam entre si para controlar a “dinheirama” que vem de fora. Alimentam-se da insegurança, do terror e da violência para impor a primazia interna, mantendo a população silenciosa e incapaz em promover mudanças. Muito dos recursos destinados à saúde, alimentação, saneamento e educação evaporam, transformando-se em armas, compradas do Irã e Turquia. Até mesmo nossos vizinhos bolivarianos participam da farra.
Dessa forma, a paz vai ficando distante. Os judeus e sionistas em geral estão jogando a toalha. Já se mostram dispostos a pagar o preço de super armar suas fronteiras, livrando-se assim da pressão internacional pró palestina. Creio que na visão de Natanyahu e dos que lhe apoiam isto daria um sobre fôlego para assim, ambos pensarem no desenvolvimento das nações e não na proteção das mesmas.
Seria bom que os cristãos do mundo todo, que visitam Israel aos milhares, olhassem para as duas populações com o mesmo interesse. Lembrando que, tanto em Israel quanto nos territórios palestinos, existem irmãos amados que precisam de nosso apoio. Uma minoria é quem quer e faz a guerra. A grande maioria sonha com a paz. Sonha em ter os filhos treinados para a vida e não para a morte. Eu como cristão almejo um Israel cheio de justiça. A meu ver, mesmo com muros e a criação dos dois estados, como sugere Natanyahu, a paz ainda assim é distante, pois a tolerância, o perdão e o respeito mútuo não estão em pauta. Oremos pela paz de Jerusalém! (Salmo 122.6).