
A fome do trabalhador o faz trabalhar, porque a sua boca a isso incita (Pv 16.26).
O conforto e a fartura podem gerar indolência e preguiça. Uma pessoa que não sabe o que é necessidade faz corpo mole e não adestra as mãos para o trabalho.A fome do trabalhador, no entanto, o faz trabalhar. Viktor Frankl, pai da logoterapia, sofreu como judeu as agruras de um campo de concentração nazista na Segunda Guerra Mundial e escapou. Ele diz, em seu livro Em busca de sentido, que aqueles que se empenharam em trabalhar para salvar outras salvaram a si mesmos. Muitas pessoas também prestaram serviços humilhantes, e até com extremo sacrifício, apenas para conseguir no dia seguinte mais uma concha de sopa rala de lentilhas. A fome nos leva a grandes desafios. Em tempos de escassez e fome as pessoas perdem a vaidade. Abrem mão dos seus títulos e se dispõem a fazer trabalhos mais simples e mais humildes para conseguir o pão. Há uma enorme diferença em vontade de comer e fome. Uma coisa é você sentir fome e ter a geladeira cheia. Outra coisa é sentir fome e não ter nenhum dinheiro e nenhuma provisão. Nessa circunstância você aceita o trabalho mais humilde e come o alimento mais simples, porque a fome do trabalhador o faz trabalhar.
Autor: Hernandes Dias Lopes