Algumas tendências de perseguição foram observadas em 2015. Entre elas, destacamos quatro que são gerais. As demais foram observadas durante o ano que dizem respeito exatamente a países pesquisados e atendidos pela Portas Abertas.
As quatro tendências globais são:
1. Grupos extremistas islâmicos expandiram suas esferas de atuação através de fronteiras internacionais
O Estado Islâmico declarou guerra contra o Ocidente, o que trouxe graves consequências para países europeus, como ataques em Paris. O grupo também afirmou que está preparando a cidade de Sirte, na Líbia, como uma nova sede do grupo, uma vez que Raqqa já se tornou inabitável devido os bombardeios ocidentais.
Outros grupos radicais extremistas, como Boko Haram e Al-Shabaab, respectivamente da Nigéria e Somália, declararam-se parte do Estado Islâmico e começaram a expandir seu domínio para países vizinhos como Níger, Chade, Quênia e outros. A tendência para 2016 é que outros grupos se declarem simpatizantes e participantes do Estado Islâmico.
2. Receio de governos contra o extremismo religioso
Em países pós-comunistas da Ásia Central, os governos estão mais atentos com o crescimento do fanatismo religioso, principalmente de radicais islâmicos, e têm aumentado a vigilância contra qualquer movimento religioso. Em Mianmar, por exemplo, a discriminação contra cristãos aumentou, incluindo uma lei que proíbe a conversão ao cristianismo.
3. Muçulmanos de todo o mundo estão cada vez mais ‘islamizados’ por medo dos extremistas radicais
Em todo o Oriente Médio, os muçulmanos estão se tornando mais fundamentalistas. O Estado Islâmico tem apavorado a população muçulmana até mesmo em países em que não estão presentes, mas que são vizinhos dos já invadidos. Essa radicalização muçulmana tem acontecido em países como Curdistão, Iraque e outros, muitas vezes conhecidos como zonas de fuga do extremismo fundamentalista. No entanto, outra tendência já está despontando de muçulmanos procurando outra identidade religiosa, e se afastando do islamismo, por conta de guerras declaradas pelo Estado Islâmico. Muitos veem no cristianismo uma opção de fé.
4. Hinduísmo radical
A Índia entrou para o Top 20 da Classificação da Perseguição Religiosa pela primeira vez. Os ataques de hindus contra igrejas e líderes cristãos aumentaram muito em relação a 2014. A população cristã sente que existe impunidade contra os crimes cometidos contra os cristãos e há quem declare que o hinduísmo político se instalou no país e a perseguição aos cristãos já é institucionalizada. Todas as semanas há três ou quatro incidentes de hindus atacando cristãos.
Fonte:: Portas Abertas
